O uso de drones na agricultura e pecuária vem transformando os negócios no campo. Essa tecnologia permite que produtores rurais aumentem a eficiência das lavouras e das pastagens, gerenciem melhor o gado e façam um mapeamento completo das culturas. 

São 76 mil drones cadastrados na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), mas apenas 37% são dedicados a uso profissional, o que mostra que há espaço no mercado para crescer.

A prova do interesse do agricultor nos Vants (Veículos Aéreos Não Tripulados) está em um estudo que diagnosticou o perfil do usuário de drones no campo. Os pesquisadores descobriram que:

As aeronaves não tripuladas fazem parte da revolução digital no campo, a chamada agricultura 4.0, que busca a modernização, foca na precisão e usa dados para sustentar ações. 

Neste artigo, vamos explicar melhor o que é um drone, como ele funciona e mostrar 15 aplicações dessa tecnologia, que otimiza recursos, tempo e mão de obra, em lavouras e pastagens. Boa leitura!

O que é um drone

Um drone é um veículo aéreo não tripulável (VANT), cujo controle é realizado remotamente. Criado na década de 1960 com fins militares, ele foi, aos poucos, reformulado para ser utilizado domesticamente.

Atualmente já bastante popular, o drone é usado para cumprir diversas funções em diferentes contextos, que vão desde trabalhos audiovisuais até a otimização agrícola. 

Como funciona um drone?

Existem dois tipos diferentes de drones que são usados para diferentes finalidades. Um deles, que é o que mais comumente vemos por aí, funciona como um pequeno helicóptero, se movimentando por meio de hélices. Esse modelo é mais barato e mais fácil de controlar, devido à sua estabilidade e, por isso, vem sendo amplamente utilizado, em especial pela indústria audiovisual.

A outra opção tem asa fixa e funciona como um avião e é ideal para trabalhos de mapeamento e monitoramentos de longa distância. Sua autonomia de bateria é maior, assim como sua resistência. 

Por que usar drones na agricultura?

As tecnologias agrícolas vêm se aperfeiçoando cada vez mais para propor inovações que trazem aumento da produtividade e impactos positivos no gerenciamento da agricultura. Cada vez mais as grandes plantações têm implementado sofisticadas soluções que revolucionam os processos, e o drone é uma delas.

Ele facilita e torna muito mais preciso o monitoramento de toda a área da plantação, para que se possa garantir que tudo esteja saindo dentro do planejado. Capaz de contar plantas e animais e oferecer dados em uma altíssima velocidade, ele reduz drasticamente o tempo gasto em operações de controle — e tempo é dinheiro!

Falando em dinheiro, o retorno do investimento aplicado em um drone é muito rápido, já que ele pode substituir diversos custos operacionais, além de oferecer informações precisas que aprimoram a gestão de dados e facilitam a tomada de decisões certeiras.

Se você quer entender na prática sobre as funções que um drone pode executar no setor agrícola, confira a lista abaixo:

1. Identificar pragas e doenças

O mapeamento aéreo das culturas é um dos pontos altos para o uso de drones na plantação, pois aponta falhas e problemas que o produtor não consegue identificar visualmente

Os sensores dos drones fornecem imagens precisas do desenvolvimento das culturas. É possível analisar a saúde das plantas, identificar problemas e agir o quanto antes.

2. Monitorar a irrigação

O sistema de irrigação pode se tornar um problema se não for bem gerenciado. Com quilômetros de extensão, é complicado fazer o monitoramento constante de todas as áreas. 

O uso de drones com câmeras térmicas é uma solução precisa para apontar problemas no sistema de irrigação e identificar áreas que estão recebendo muita ou pouca umidade

A partir desse diagnóstico, o produtor pode organizar melhor as culturas, maximizar a drenagem e trabalhar com o escoamento natural para evitar o acúmulo de água. Em algumas lavouras, o excesso de umidade pode causar doenças e perda da produção. 

O trabalho de monitoramento da irrigação com drones tem potencial para prevenir problemas e atuar na identificação de erros do sistema, permitindo que o produtor corrija a falha a tempo e, assim, evite prejuízos maiores. 

3. Auxiliar no plantio de sementes

O plantio por drones já é uma realidade no campo, embora ainda pouco difundido. Algumas aeronaves contam com um sistema personalizado para disparar sementes no solo previamente preparado

É uma alternativa, mas também um complemento para o plantio no solo, que geralmente é um trabalho demorado e de alto custo com mão de obra.

4. Encontrar focos de incêndio

Os drones podem sobrevoar áreas de queimadas e transmitir imagens em tempo real que permitem a identificação e o controle dos focos. Eles conseguem acessar áreas próximas do incêndio e fornecer imagens com boa visibilidade. 

5. Fazer o trabalho de pulverização

Fertilização e pulverização ajudam a manter os altos rendimentos da lavoura. Antes do uso dos drones na agricultura, esse trabalho era feito manualmente, com veículos e aviões – grande parte das propriedades ainda utiliza esses métodos.

Hoje, já existem drones para pulverização de lavouras. Equipados com reservatório e jatos, os equipamentos têm sensores para medir as variações do terreno e um sistema que libera o produto na quantidade, velocidade e altura indicada para o tipo de lavoura. O resultado de toda essa tecnologia é: trabalho preciso e em menor tempo.

Para se ter uma ideia da eficiência dessas aeronaves, o modelo pulverizador da fabricante chinesa DJI, líder mundial em drones, consegue cobrir 4 hectares em um único voo. Isso significa ser até 60 vezes mais rápido do que a pulverização manual. O reservatório pode ser preenchido com fertilizante, herbicida ou pesticida.

A pulverização com drones pode ser utilizada para tratar problemas pontuais nas plantações e para chegar a áreas de difícil acesso por tratores e aviões. O operador do aparelho consegue programar a aplicação somente nas áreas de interesse, poupando tempo e dinheiro, com redução da quantidade de insumos e das horas trabalhadas. 

6. Atuar na segurança da propriedade

As aeronaves não tripuladas ainda podem ser utilizadas para fazer a vigilância da fazenda e da safra, guardando as divisas e alertando o proprietário de movimentações estranhas e invasores. 

Os drones equipados com câmeras de alta definição registram, em tempo real, situações de emergência e as ameaças à segurança patrimonial, permitindo que o produtor acione imediatamente os órgãos de segurança ou que a central de monitoramento tome decisões precisas. 

7. Identificar áreas desmatadas

Encontrar áreas desmatadas agora é trabalho para os drones. Por conseguirem acesso a lugares difíceis e voarem a grandes altitudes, eles conseguem fornecer informações de áreas remotas, que podem estar sendo impactadas por desmatamento. 

8. Detectar nascentes

Lugares de mata fechada ou de difícil acesso não impedem a atuação dos Vants. Por isso, eles são eficientes para encontrar nascentes de água, indicando ao produtor que aquela área deve ser preservada. 

9. Demarcar áreas para plantio

É uma medição que ajuda o produtor a escolher onde formar a lavoura. Atua também na demarcação do limite dos plantios e evita que as culturas ultrapassem a área estipulada. 

10.  Rastrear o rebanho

Drones com câmera permitem que o produtor rural acompanhe imagens dos animais em tempo real e de forma remota. É possível fazer a contagem do gado e verificar rapidamente se algum está ferido ou dando à luz

Os drones com câmera térmica ainda indicam a presença de predadores nas proximidades. 

11. Avaliar o solo

Essas máquinas podem coletar as características do solo: temperatura, umidade, inclinação, elevação e composição. Esses dados serão utilizados para uma análise completa da terra e a definição da semeadura mais adequada

12. Identificar o vigor da colheita

As imagens em alta resolução permitem que o agricultor consiga analisar todos os estágios de crescimento da lavoura. Com a experiência do campo aliada à tecnologia, ele poderá identificar, remotamente, se as plantas precisam de fertilizantes para se desenvolverem no ritmo esperado.

13. Monitorar a qualidade do pasto

A atuação dos drones para lavouras pode ser replicada no monitoramento das pastagens. O equipamento fornece informações sobre a saúde vegetal do pasto, se está bem formado, se existem falhas e se há plantas invasoras

14. Encontrar animais perdidos

Outra aplicação do drone na pecuária é a localização de animais perdidos. Uma simples vistoria aérea do equipamento pode dar uma indicação mais rápida para encontrar o gado, o que é melhor do que se deslocar a cavalo ou de carro para rotas incertas

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Drones também podem ser usados para localizar animais perdidos.

15. Evitar deslocamentos desnecessários

Em grandes propriedades, os deslocamentos de carro ou a cavalo são demorados e, às vezes, desnecessários. No caso de um aglomerado de urubus, por exemplo, o drone pode sobrevoar a região e avistar se há algum animal morto (deslocamento não urgente) ou ferido (situação de emergência). 

O mesmo vale para a segurança patrimonial. Se o alarme de um barracão dispara, o aparelho pode fazer um voo nas proximidades para entender do que se trata, evitando, assim, que o produtor se coloque em um possível risco ao ir até o local.  

Os drones no agronegócio, até então acessíveis para grandes produtores, estão cada vez mais próximos das pequenas e médias propriedades. É uma inovação que vem mostrando seus benefícios para garantir melhores resultados e potencializar a rentabilidade das lavouras. 

Fonte: https://sicrediuniao.coop.br/